A QUEM JESUS CHAMA?


Marcos 3.13-15 descreve a escolha dos apóstolos e vimos que Jesus, antes de chamar os doze se afasta e vai a um monte para orar. E Ele assim fazia não por que é um monte um lugar especial (como alguns podem pensar), mas por que precisava de isolamento e solidão necessária para uma longa e profunda oração.
Jesus aqui nos ensina – e não é isso que Ele sempre está fazendo? – que a comunhão com o Pai deve ser parte regular e normal da vida de Seus filhos.
O v. 13 parte b nos esclarece que “chamou para Si os que Ele quis”, não os mais capacitados, ou os mais versados nas letras e nas artes (alguém mais erudito, educado ou douto); Ele não pediu para ver nenhum “curriculum vitae”, tampouco se importou com a aparência, no processo de seleçãoEle simplesmente escolheu quem julgou apto a aprender com Ele.Aprendamos mais sobre as escolhas e os chamados por Jesus Cristo:
I – QUEM É CHAMADO DEVE SABER QUE TEM UMA MISSÃO:
Qual a missão? O v. 14 e 15 nos revelam que o Senhor escolheu os doze para que “estivessem com Ele, e os mandasse a pregar;  e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios”.Esta continua sendo a missão de Seus discípulos, inclusive minha e sua: precisamos estar com Jesus, estando com Ele e nEle, podemos pregar, curar e libertar os doentes e oprimidos pelo maligno e seus agentes.
II – QUEM TEM UMA MISSÃO POSSUI UMA IDENTIDADE:
Doze foram os escolhidos, inicialmente. A eles competia a missão de fazer aumentar o rebanho do Bom Pastor. Havia diferenças de temperamentos entre os apóstolos. Pedro era impulsivo. João e Tiago eram os fogosos filhos do trovão. Mateus era o eficiente publicano. Tomé o homem das dúvidas e tristezas. Simão o zelote, um revolucionário da Galiléia. E assim continua ocorrendo hoje em nossas igrejas: há homens e mulheres com os mais variados temperamentos. Assim como os apóstolos, somos simplesmente seres humanos. Os Evangelhos não fazem qualquer tentativa de encobrir suas falhas, que foram muitas e desnudaram a todos. A diferença entre eles, e entre nós, que somos discípulos, é que aquele que havia dito que faria deles pescadores de homens, cumpriu a promessa: foi dada a identidade do Cristo e moldada a personalidade de cada um segundo a Sua própria imagem.
III – A IDENTIDADE NOS CONFERE UMA CREDENCIAL:
Quando um embaixador é enviado a um país estrangeiro, recebe credenciais que lhe autenticam a missão. Como seria possível que os apóstolos, evangelistas ainda sem expressão e experiência, desconhecidos pela comunidade de Israel, convencer o povo de que eram de fato embaixadores do Reino?
Para que não houvesse tal inconveniente, Jesus lhes deu cartas de crédito sobrenaturais  a fim de convencerem seus ouvintes. Durante a missão que lhes fora confiada haveriam de pregar o Evangelho, curar os enfermos e expulsar os demônios.
IV – A CREDENCIAL NOS DÁ O REVESTIMENTO DE PODER DO ALTO:
Já ressurreto e na iminência de Sua partida, Jesus fala aos discípulos e ordena (Atos 1.8) que deveriam permanecer em Jerusalém e não saíssem para cumprir a missão, até que do alto fossem revestidos de poder e autoridade para pregar o Evangelho, curar enfermos e libertar os oprimidos. E a promessa se cumpriu, pois, passados mais dez dias, no cenáculo, estavam reunidos no dia de Pentecostes, quando foram cheios do Espírito Santo (Atos 2). A partir de então, os chamados por Ele se tornam discípulos e embaixadores do Seu Reino.
Finalmente, independentemente de raça, classe social e religião, somos chamados para viver uma vida digna, saudável, altruísta, na dimensão do amor a Deus e ao próximo, alguém que necessita de ajuda e de atenção. Como cristão, também somos seres sociais, portanto, não nascemos para viver isolados ou em atitudes egoístas e solitárias, mas em ambientes comunitários, estabelecendo e construindo relacionamentos solidários, na contramão dos valores e práticas que regem este mundo capitalista, que se firma, cada vez mais, em individualismo e competição; mas, em Cristo, firmamo-nos em comunhão e cooperação.
Somos chamados para, com a liberdade que Ele nos concede, servirmos uns aos outros, sustentando-nos em amor!
Tenho consciência de meu chamado pastoral: aqui e agora em uma vida com duplo foco, no bem estar de meu próximo e de mim mesmo, e no amanhã, na eternidade com meu Senhor!
Qual é seu chamado?
Acredite, tenha ou não consciência disso, Jesus chama você! E Ele assim procede porque quer lhe confiar uma missão, uma identidade e uma credencial. Para tanto, Ele irá revesti-lo de poder e autoridade, através do Espírito Santo em sua vida, conferindo o caráter de Cristo, pela ação do fruto. Conforme nos ensina o apóstolo Paulo, na carta aos Gálatas 5.22: quem Cristo chama, aceita e pratica o amor, a alegria, a paz, a paciência, a benignidade (amabilidade), a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio. Você tem um chamado? Então seja um embaixador (2 Co 5. 20) da parte de Cristo, legítimo representante dEle!

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